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23/05/2012 | Documento
Trabalho

Trabalho para o mercado e trabalho para casa: persistentes desigualdades de gênero

A incorporação da dimensão tempo no campo das políticas públicas, da academia e do ativismo social tem se dado, tradicionalmente, a partir de uma discussão sobre jornadas de trabalho e exploração do trabalhador. Tal discussão, fundamentada em um posicionamento teórico que entende trabalho como a venda da força de trabalho dos indivíduos a um empregador, tem excluído da esfera de debate e de ação pública, o trabalho doméstico não remunerado (ou reprodutivo), realizado majoritariamente por mulheres no cuidado de seus próprios domicílios e de seus familiares.
Portada Trabalho para o mercado e trabalho para casa: persistentes desigualdades de gênero

Neste contexto, os estudos sobre uso do tempo têm se revelado importantes ferramentas no entendimento das desigualdades de gênero, em especial no mundo do trabalho e da política, e se constituído, cada vez mais, em fonte de interesse para movimentos sociais e de mulheres, acadêmicos e, em menor medida, gestores da burocracia do Estado. A partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) organizados e disponibilizados na 4ª edição da publicação Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, este texto tem por objetivo identificar padrões de desigualdades no tempo dedicado ao trabalho doméstico não remunerado por homens e mulheres no Brasil.

Autor

  • Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea